«As aulas (…) contribuem para desenvolverem nos jovens um maior civismo»

O encontro começou com o testemunho de Salomé, aluna do 8º ano que frequenta as aulas de EMRC na Escola Secundária D. João II em Setúbal, que começou por referir que estas aulas são diferentes pois «os alunos são convidados a expressar-se e darem as suas opiniões sobre as matérias». «Estas aulas são muito importantes e contribuem para desenvolverem nos jovens um maior civismo, que cada vez existe menos» - referiu.

Respondendo a várias questões colocadas pela assistência, Salomé esclareceu que «as aulas são diferentes da catequese» e que apesar de «falarmos da vida numa perspetiva cristã, as atividades promovidas por esta disciplina são muito dinâmicas e são até muito úteis para a socialização» - disse. A terminar, a aluna deixou um convite «a todos os alunos que nunca experimentaram a disciplina não tenham medo de se inscrever. Vão ver que não se arrependem e vão gostar».

«Esta disciplina trabalha o ser humano numa dimensão mais abrangente»

«A educação dá-nos as ferramentas para a vida, para tomarmos decisões na nossa vida, a Educação Moral e Religiosa Católica dá uma grelha de leitura da vida, sob o ponto de vista cristão» referiu na sua intervenção o Dr. Fernando Moita - Coordenador do Departamento de Ensino Religioso Escolar e Diretor do Setor da EMRC no Secretariado Nacional da Educação Cristã.

Fernando Moita fez também a distinção entre a catequese e a disciplina de EMRC, dizendo que «na catequese prepara-se para os sacramentos. Nas aulas de EMRC, fala-se do amor, do perdão e do acolhimento e preparam-se os alunos para viverem melhor estas dimensões, independentemente da sua confissão religiosa».

A terminar, afirmou que «esta disciplina trabalha o ser humano numa dimensão mais abrangente» e acrescentou «a escola deve formar os indivíduos para uma visão global do saber e não apenas de um ou outro saber específico. Por isso, o sistema educativo não pode omitir a dimensão religiosa».

«O estado português dá oportunidade aos pais para escolherem um ensino desta natureza e que é de oferta obrigatória em todos os ciclos»

O Dr. Dimas Pedrinho, afeto à equipa dos professores em mobilidade para o Secretariado Nacional da Educação Cristã, fez um enquadramento legal da disciplina de EMRC, referindo que «resultando de um acordo entre o Estado e a Igreja, o Estado português dá oportunidade aos pais para escolherem um ensino desta natureza e que é de oferta obrigatória em todos os ciclos». Contudo, deixou um alerta aos pais «como pais devem, no ato de matrícula fazer esta opção, pois, após o início do ano letivo, torna-se mais complicada a gestão de horários e pode levar a que os vossos filhos não possam usufruir desta oferta educativa». Este professor falou também na grande aposta na formação dos docentes de EMRC que «tal como todos os outros, deve incidir na formação ética, cientifica e pedagógica».

No final do encontro, a Diretora da escola (e do agrupamento) que recebeu este encontro deixou algumas mensagens aos pais e também às estruturas que coordenam a disciplina de EMRC no sentido de trazer mais alunos. Fernanda Resende fez também questão de afirmar «nas escolas por onde tenho passado constato que os professores de EMRC são uma mais-valia e colaboram ativamente no projeto educativo da escola que vai mais além da sua própria disciplina» sublinhou.

D. Gilberto dos Reis, Bispo de Setúbal, na sua intervenção de encerramento deste encontro, entre outros desafios, deixou um pedido aos pais, sobretudo aos cristãos «ajudem a partilhar a mensagem de Cristo como referência para a construção de uma sociedade melhor» - disse.

Rui Nobre

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